


Pisando com cuidado
A sensação de calma de Ava se dissipou assim que ela chegou em casa, no seu apartamento. Seu namorado, Mark, estava esperando por ela, com uma expressão de raiva no rosto.
"Onde você estava?" ele exigiu, com a voz carregada de fúria.
O coração de Ava afundou. Ela havia perdido a noção do tempo e percebeu que tinha esquecido de avisar Mark. "Desculpa," ela gaguejou. "Eu estava com o Ethan, e nos empolgamos explorando."
Os olhos de Mark se estreitaram. "Ethan? Aquele cara com quem você sempre anda? Eu não gosto dele, Ava. Ele é uma má influência para você."
Ava se irritou. "Do que você está falando? Ethan é meu amigo. Ele sempre esteve lá por mim."
Mark zombou. "Bem, eu não gosto disso. E não vou tolerar mais. Vou falar com minha irmã, e ela vai garantir que o Ethan fique longe de você."
O coração de Ava deu um salto. Ela sabia que a irmã de Mark era casada com Ethan, e a ideia de sua amizade ser destruída era demais para suportar. "Você não pode fazer isso," ela protestou. "Isso não é justo."
A expressão de Mark ficou feia. "A vida não é justa, Ava. E se você não consegue ver isso, então você é ingênua demais para o seu próprio bem."
A raiva de Ava transbordou. "Eu não acredito que você me ameaçaria assim," ela cuspiu. "Você deveria me amar, não me controlar."
O rosto de Mark se contorceu em um esgar. "Amar você? Você acha que isso é amor? Eu só estou tentando te proteger, Ava. De más influências, de pessoas que não têm seus melhores interesses no coração."
Ava balançou a cabeça, com lágrimas ardendo nos olhos. Ela sempre soube que Mark era possessivo, mas nunca imaginou que ele desceria tão baixo a ponto de ameaçar suas amizades. "Eu não posso mais fazer isso," ela disse, com a voz quase inaudível. "Eu preciso de espaço. Eu preciso de tempo para descobrir o que eu quero."
Os olhos de Mark brilharam de raiva. "Tudo bem," ele disse, com a voz baixa e ameaçadora. "Tome todo o tempo que precisar. Mas não pense que eu não vou estar te observando. E não pense que eu não vou cumprir minhas ameaças."
Ava sentiu um calafrio percorrer sua espinha enquanto Mark saía do apartamento batendo a porta. Ela desabou no sofá, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela sabia que precisava tomar uma decisão, e logo. Seu relacionamento com Mark havia se tornado tóxico, e ela não podia continuar vivendo sob o controle dele.
Mas a ideia de perdê-lo, de perder a vida que eles haviam construído juntos, era quase insuportável. E a ideia de Ethan ser pego no fogo cruzado, de perder sua amizade, era igualmente insuportável.
Ava sabia que precisava agir com cautela, que qualquer passo em falso poderia resultar em danos irreparáveis. Ela respirou fundo, enxugou as lágrimas e prometeu encontrar uma saída para essa confusão. O jogo da confiança mostrou a ela que era mais forte do que jamais imaginou, e ela sabia que podia contar com seus amigos para ajudá-la a superar isso.
Ava passou os dias seguintes em um turbilhão de confusão e incerteza. Ela não conseguia parar de pensar nas ameaças de Mark e nas possíveis consequências de perder seu relacionamento com ele e sua amizade com Ethan. Ela se sentia presa, como se não houvesse saída para a situação.
Na tentativa de clarear a mente, decidiu dar uma caminhada no parque. Enquanto caminhava pelo caminho, notou um casal sentado em um banco, rindo e de mãos dadas. Eles pareciam tão felizes e despreocupados, e Ava não pôde deixar de sentir uma pontada de inveja. Ela ansiava por esse tipo de conexão, esse tipo de alegria.
Enquanto continuava sua caminhada, encontrou um grupo de crianças brincando de pega-pega. Elas corriam e gritavam, completamente absorvidas no momento. Ava não pôde deixar de sorrir diante da natureza despreocupada delas, da capacidade de viver no presente sem se preocupar com o futuro.
Foi então que Ava percebeu que vinha vivendo sua vida em um estado constante de preocupação e ansiedade. Ela estava tão focada em agradar os outros, em atender às expectativas deles, que havia esquecido de viver para si mesma.
Com uma nova determinação, Ava decidiu confrontar Mark. Ela não podia mais deixar que ele controlasse sua vida. Ligou para ele e pediu para se encontrarem em um local neutro.
Quando chegou ao café, respirou fundo e lembrou a si mesma que estava no controle de sua própria vida. Caminhou até Mark, que estava sentado a uma mesa, com os braços cruzados sobre o peito.
"Tenho pensado muito," Ava disse, com a voz firme. "E percebi que não posso continuar vivendo assim. Não posso deixar você ditar cada movimento meu e ameaçar minhas amizades."
A expressão de Mark endureceu. "O que você está dizendo, Ava?"
"Estou dizendo que preciso de espaço," Ava respondeu. "Preciso de tempo para descobrir o que eu quero, sem você respirando no meu pescoço. E preciso que você pare de ameaçar minha amizade com Ethan. Ele é importante para mim, e não vou deixar você destruir isso."
Os olhos de Mark se estreitaram. "Então, o quê? Você vai simplesmente se afastar de mim? De tudo o que construímos juntos?"
Ava balançou a cabeça. "Não estou me afastando de nada. Só preciso de tempo para resolver as coisas. E preciso que você respeite isso."
A expressão de Mark suavizou. "Entendo," ele disse, com a voz baixa. "Desculpe, Ava. Eu só quero o melhor para você. Não quero te perder."
Ava sentiu uma onda de compaixão por Mark. Ela sabia que ele a amava, à sua maneira. Mas também sabia que não podia continuar vivendo em um estado constante de medo e ansiedade. Ela precisava encontrar seu próprio caminho.
"Eu aprecio isso, Mark," Ava disse, com a voz suave. "Mas eu preciso fazer o que é melhor para mim. E agora, isso significa tirar um tempo para mim mesma."
Mark assentiu, com uma expressão resignada. "Entendo," ele disse. "Só saiba que sempre estarei aqui para você, não importa o que aconteça."
Ava sorriu, sentindo um peso sair de seus ombros. Ela sabia que o caminho à frente seria desafiador, mas também sabia que tinha a força e a resiliência para enfrentar o que viesse.