Capítulo 4
"Parece que temos que ir até a cena. Vamos nessa."
Travis se levantou, segurando as chaves do carro, e as entregou para Elaine. "Você está bem para dirigir?"
"Mais ou menos."
"Então você dirige. Eu preciso de uma pausa."
Elaine ficou surpresa quando viu o velho Jetta.
Ela olhou para Travis, que estava sentado no banco do passageiro com os olhos fechados, descansando.
Sentindo-se um pouco irritada, ela pensou, 'Você não mencionou que esse carro tinha câmbio manual.'
Depois de uma longa pausa sem movimento, Travis a incentivou impacientemente.
Quando viu os termos de busca no telefone de Elaine, seus olhos se arregalaram.
"Você... saia do carro!"
Elaine riu. "Quase terminei. Acabei de descobrir o acelerador e o freio."
O carro começou a andar, com Travis segurando o volante com uma mão, enquanto Elaine estava sentada no banco do passageiro como uma criança que tinha feito algo errado.
Ela explicou, sentindo-se injustiçada, "Você não disse se era automático ou manual."
Eles chegaram ao restaurante.
Mostrando seu distintivo, o dono rapidamente deslizou um maço de dinheiro na mão de Travis. "Oficial, nós operamos um negócio legítimo aqui. Tudo está dentro das normas."
O rosto de Travis ficou sério enquanto ele guardava o distintivo. "Preciso fazer algumas perguntas."
Ele puxou uma foto. "Você reconhece essas duas pessoas?"
O dono examinou a foto, tentando se lembrar. "Elas parecem familiares."
"Agora eu lembro. Esses dois estiveram aqui na semana passada. Pediram dois cafés e ficaram sentados perto da janela a tarde toda."
"O que eles estavam conversando?"
Diante do questionamento de Travis, o dono parecia preocupado. "Oficial, meu negócio é movimentado. Não tenho tempo para ouvir as conversas dos clientes. Há algum problema?"
"Não faça muitas perguntas."
O dono não sabia de mais nada.
Enquanto isso, a investigação dos outros membros da equipe estava ainda mais intrigante.
De volta à delegacia, um membro da equipe entregou um arquivo para Travis.
"Capitão Smith, descobrimos que Tony tem mudado frequentemente seus números de telefone recentemente, mas há um número fixo com o qual ele entra em contato uma vez por semana."
Ele apontou para os registros de chamadas. "É um número virtual, então não podemos rastreá-lo."
"Mas a última chamada foi no dia anterior à morte de Jay."
Os olhos de Travis ficaram frios. "Com quem ele estava falando?"
Elaine falou de repente. "Verifique as transações bancárias dele."
"Façam o que Elaine disse."
E, de fato, a conta de Tony recebeu três transferências inexplicáveis nos últimos dois meses, cada uma de cinquenta mil dólares.
Travis também notou algo suspeito.
Tony sempre ia ao mesmo lugar depois de receber o dinheiro.
Travis circulou um ponto no mapa da cidade com uma caneta vermelha.
Distrito Morning Glow!
O rosto de Travis estava sério. "Notifiquem todos. Vamos nos mover!"
A noite caiu.
Em um bairro antigo no Distrito Morning Glow.
Sob as luzes fracas da rua.
Travis liderava a equipe para cercar a residência temporária de Tony.
Um prédio antigo de seis andares.
Kelvin escaneou os arredores cautelosamente, falando em voz baixa. "Capitão Smith, terceiro andar, 302."
"Perguntei ao proprietário. Tony alugou este lugar por três meses, mas raramente volta."
"O proprietário lembra que a última vez que ele esteve aqui foi há dois dias."
Travis assentiu e sinalizou.
A equipe rapidamente se espalhou, selando as escadas e saídas do prédio.
Elaine estava atrás de Travis, olhos fixos na porta fechada.
"Você acha que ele ainda está lá dentro?" Travis sussurrou.
Elaine balançou a cabeça. "Se ele é um intermediário profissional, estaria muito alerta."
Travis não respondeu, levantando a mão para sinalizar a invasão.
A porta foi arrombada, e os detetives invadiram o local.
A sala estava completamente escura, lanternas táticas varrendo o vazio da sala de estar.
O chão estava coberto de copos de macarrão instantâneo, latas de cerveja e incontáveis bitucas de cigarro.
"Ele se foi!" Kelvin rangeu os dentes.
A cama no quarto estava uma bagunça, como se alguém tivesse acabado de sair.
"Capitão Smith!" A voz de Kian veio da sala de estar.
Kian apontou para um bilhete na mesa de centro, com um número rabiscado apressadamente.
Travis pegou o bilhete e caminhou até a janela. "Ele sabia que estávamos vindo."
A brisa noturna entrou, e Travis notou um arranhão fresco no parapeito da janela.
Parecia que alguém havia saído apressadamente por ali.
Ele limpou suavemente a moldura da janela com o dedo.
Uma fina camada de poeira grudou na ponta do seu dedo, misturada com pequenas partículas de um vermelho escuro.
"Isso é... terra vermelha?" Elaine estava intrigada. "Pelo que eu sei, não há terra vermelha em Hillcrest."
"Tony não fugiu sozinho." Elaine olhou diretamente nos olhos de Travis. "Alguém avisou ele sobre nossa operação."
Os olhos de Travis se estreitaram. "Temos um traidor."
Seu olhar varreu os policiais do lado de fora.
Ele fez um gesto pedindo silêncio.
...
Voltando para a delegacia de mãos vazias, Travis chamou Kelvin e Kian.
Esses dois eram seus auxiliares de confiança, os únicos em quem ele podia contar naquele momento.
"Kelvin, verifique os registros de chamadas de todos."
Kelvin parecia confuso. "Capitão Smith, por que verificar os registros de chamadas? Você suspeita de alguém aqui dentro?"
"Apenas faça."
Na sala de tecnologia.
Elaine colocou a terra vermelha sob um microscópio, murmurando para si mesma, "Partículas finas, alto teor de ferro, com alguns fragmentos de quartzo..."
Ela então puxou os dados geológicos de Hillcrest no computador.
A tela piscou, finalmente travando em uma área.
Uma zona industrial abandonada no Distrito Strollway de Hillcrest.
Havia uma antiga fábrica farmacêutica lá, com solo igualmente contaminado devido à poluição química.
"Distrito Strollway..." Os olhos de Elaine se estreitaram.
Ela rapidamente puxou o arquivo de Jay, virando para a última página.
No itinerário dele uma semana antes de sua morte, havia uma anotação: [Visita de campo à antiga fábrica do Distrito Strollway, possível investigação de pista!]
Os dedos de Elaine se apertaram levemente.
Ela pegou o telefone e discou o número de Travis. "Capitão Smith, acho que sei onde Tony pode estar."
Do outro lado, a voz de Travis era baixa e firme. "Diga."
"Fábrica abandonada no Distrito Strollway." Elaine fez uma pausa. "Nova descoberta, Jay também foi lá antes de morrer."
O telefone ficou silencioso por dois segundos.
"Encontre-me no estacionamento em meia hora," disse Travis, e então desligou.
Elaine colocou o telefone de lado, seu olhar caindo na bola de metal sobre a mesa.
Às 3 da manhã, do lado de fora da fábrica abandonada no Distrito Strollway de Hillcrest.
Travis dirigiu até os arredores cobertos de mato.
Elaine estava no banco do passageiro, olhando para os prédios do lado de fora.
"Com base na análise do solo, Tony provavelmente veio aqui," disse Elaine suavemente, puxando a planta da fábrica em seu tablet.
"A fábrica está dividida em áreas de produção, armazenamento e escritórios. Se Tony quisesse se esconder, seria aqui... na área dos escritórios."
"Tem a melhor visão e muitas rotas de fuga."
Travis não respondeu, estacionando o carro e verificando cuidadosamente sua arma.
Elaine falou, "Você tem certeza que quer entrar diretamente?"
"Se Tony foi levado, isso pode ser uma armadilha."
"Então vamos ver quem está nos esperando." Travis abriu a porta do carro.
