Capítulo 6
Travis fez uma continência e saiu do escritório, indo direto para o campo de golfe assim que conseguiu o mandado de busca.
O gerente do campo de golfe veio assim que viu o mandado.
"Você já viu esses dois caras antes?"
Travis entregou fotos de Tony e Jay para a equipe.
A equipe examinou as fotos por um momento e apontou para a foto de Tony. "Esse cara esteve aqui há algum tempo. O outro... nunca vi."
Elaine apontou para uma câmera de vigilância próxima. "Daquele ângulo, essa câmera deve cobrir toda a área do bunker."
Depois de uma breve discussão com o gerente, Travis conseguiu permissão para acessar as filmagens.
Na sala de vigilância, eles assistiram às filmagens de três dias atrás.
Na tela, um homem de meia-idade com uma camisa polo estava ao telefone perto do bunker.
De repente, ele desligou em pânico e saiu rapidamente.
"Pare!" Travis se aproximou da tela. "Aqui! Dê zoom!"
A imagem ampliou, revelando um rosto refinado.
Elaine prendeu a respiração. "É..."
"Robert Miller," a voz de Travis era fria como gelo. "O vice-chefe responsável pelo equipamento na delegacia."
O carimbo de data mostrava que vinte minutos depois que Robert saiu, Tony apareceu no mesmo bunker, se abaixando para desenterrar algo.
À medida que a noite caía, a expressão de Travis ficava mais sombria sob o brilho da vigilância.
Depois de terminar um cigarro, Travis falou em voz baixa, "Notifique a todos. Preparem-se para a prisão."
Elaine segurou seu braço. "Espere... e se Robert for apenas um intermediário?"
Elaine apontou para o canto da tela de vigilância, onde um símbolo estava refletido vagamente na tela do telefone de Robert - um padrão de cobra torcida, idêntico ao do chaveiro de Elaine.
"Além disso, não temos autoridade para prender um vice-chefe."
Travis pegou o telefone, abaixando a voz. "Verifique as transações bancárias de Robert e monitore suas contas em tempo real."
"Robert? O vice-chefe responsável pelo equipamento? Capitão Smith, isso não parece certo," a voz incrédula de Kian veio pelo telefone.
"Diga que fui eu quem ordenou, se alguém perguntar."
"Sim, senhor."
"Capitão Smith, a equipe de tecnologia rastreou a conta que transferiu dinheiro para Tony."
"Ryan Hill, também conhecido como 'Lobo'. Ele administra uma loja de celulares usados, mas vende drogas por fora. A equipe de narcóticos o pegou alguns dias atrás."
Os olhos de Travis ficaram gélidos.
Drogas! A praga da existência de todo policial.
"Traga-o para a Delegacia de Detetives."
Ryan sentou na cadeira de interrogatório, parecendo desafiador. "Oficial, por que me trouxeram aqui? Já contei tudo o que sei."
"Entendido," disse Kelvin, abrindo a porta. "Esse cara tem múltiplas identidades - vendedor de informações, vendedor de celulares usados, traficante de drogas. Ele é tão astuto que as pessoas na rua o chamam de 'Lobo' porque nunca participa diretamente dos crimes."
Travis zombou. "Nunca participa?"
Elaine estava perto, batendo levemente no tablet. "Os registros telefônicos mostram que Tony e Lobo se contataram três vezes no último mês, sempre usando telefones públicos."
"Telefones públicos?" Travis franziu a testa.
"Sim," Elaine puxou um mapa. "Os três telefones públicos estão localizados no Mercado do Bairro Aurora, na estação de trem e... perto do Ocean International Golf Club."
Ocean International Golf Club.
Robert.
Os olhos de Travis se estreitaram.
Ele se virou e abriu a porta da sala de interrogatório.
A figura alta de Travis lançou uma grande sombra sobre Ryan.
"Ryan."
Ryan sorriu, mostrando dentes amarelados. "E aí, policial?"
"Lobo!"
"Você conhece o Tony, certo?" Travis jogou a foto da autópsia de Tony na mesa. "Ele foi baleado na cabeça na noite passada, logo após sua última ligação."
O rosto de Ryan ficou pálido.
"Ele está realmente morto?"
A voz de Travis ficou mais aguda. "Você acha que estou brincando?"
Ryan disse rapidamente, "Policial, eu não sei de nada."
"Eu sou apenas um fornecedor de informações. Ele perguntou sobre o clube, e eu... eu só peguei um dinheiro."
"O que ele perguntou?" Travis perguntou de repente.
Os olhos de Ryan se moveram nervosamente. "Ele... ele perguntou quem frequenta o lugar, especialmente nas... especialmente nas tardes de terça-feira."
"E o que mais?" Travis pressionou.
"Nada... mais nada." Ryan levantou as mãos. "Eu só disse a ele que o Sr. Miller costuma ir lá e... e que o Sr. Miller gosta de descansar no buraco 14."
De repente, Elaine abriu a porta e entrou.
Sem dizer uma palavra, ela pegou o telefone de Ryan e removeu a capa.
Na parte de trás da capa do telefone havia uma pequena peça de metal com um símbolo de cobra torcida.
"O que é isso?"
A sala de interrogatório ficou em silêncio.
O suor frio escorreu da testa de Ryan. "É... apenas um amuleto da sorte."
"Um amuleto da sorte?" Elaine zombou, puxando seu chaveiro com um símbolo quase idêntico. "Você sabe o que é isso?"
As pupilas de Ryan se contraíram violentamente, e ele pulou como se tivesse levado um choque. "Eu não sei! Eu não sei de nada!"
Ele tentou se levantar, mas Travis o empurrou de volta na cadeira.
"Fale!" Travis exigiu. "Quem te deu isso?"
Ryan olhou para Travis, um sorriso surgindo em seus lábios.
De repente, seu corpo começou a convulsionar, e espuma apareceu em sua boca.
Travis rapidamente abriu a boca de Ryan, seu rosto escurecendo. "Suicídio! Chame uma ambulância!"
Mas era tarde demais. As pupilas de Ryan se dilataram, e seu corpo ficou mole.
Travis se levantou, olhando para o corpo de Ryan, depois olhou para Elaine, pensativo.
Elaine se agachou, puxando uma cápsula transparente quebrada de dentro da gola de Ryan.
"Ele não é apenas um fornecedor de informações comum," sua voz ficou tensa.
Na sala de autópsia.
O corpo de Ryan estava coberto com um lençol branco.
O legista tirou as luvas. "A cápsula estava escondida no forro da gola. Uma mordida, e ela se quebra. Morte em dez segundos."
"Uma cápsula muito profissional."
"Mas vocês devem tomar cuidado. Como ele se machucou na sala de interrogatório?"
As palavras do legista fizeram Travis e Elaine perceberem que algo estava errado.
"O ferimento?"
O legista parecia confuso. "Aqui, veja?"
"Não foi você?"
Eles não responderam, examinando de perto o ferimento no corpo de Ryan.
As bordas do ferimento tinham uma cor roxo-avermelhada incomum.
"Não foi suicídio."
Travis se endireitou e caminhou até a janela, batendo os nós dos dedos no parapeito.
Elaine se levantou, brincando com o símbolo de metal em sua mão. "E ele conhecia esse símbolo, ficou apavorado."
"Já revistaram o lugar dele?"
"Sim, o Kelvin já tem uma equipe lá."
Nesse momento, Kelvin ligou.
"Capitão Smith, encontramos um telefone no lugar alugado dele, escondido no tanque do banheiro."
"Peça para a equipe de tecnologia desbloqueá-lo imediatamente."
Travis desligou e se virou para Elaine. "O que você acha desse símbolo?"
"Por que você tem isso?"
