Capítulo 3
Emily teve um sonho longo, muito longo.
A primeira metade foi doce—sua paixão secreta por Alexander finalmente foi correspondida, com aquele grande casamento servindo como a prova definitiva.
Mas de repente, tudo mudou. No final, tudo o que ela podia ver era o rosto frio e impiedoso de Alexander.
"Não!" Emily se levantou de repente com um grito, assustando Daniel ao seu lado.
"Emily, você está bem?" Ele perguntou, apoiando-a com preocupação, sua voz cheia de culpa e auto-reprovação.
Emily olhou ao redor confusa, percebendo que estava em um quarto de hospital. Sua expressão mudou imediatamente.
"Daniel, por que estou no hospital? Você..."
Ela queria perguntar se ele sabia sobre seu câncer de mama, mas no meio da frase, sua garganta coçou, desencadeando um acesso violento de tosse.
Daniel rapidamente lhe entregou um copo de água, segurando-o em seus lábios. "Beba isso primeiro! Eu não me lembro de você ter hipoglicemia antes. Como diabos ele tem cuidado de você?"
Enquanto falava, a raiva de Daniel ressurgiu. A prisão parecia ter piorado seu temperamento.
Emily ficou perplexa. "Hipoglicemia?"
Quando ela desenvolveu isso?
Daniel explicou de forma direta: "Foi o que o médico disse. Você desmaiou por causa de baixa glicose no sangue. Está se sentindo melhor agora?"
Ouvindo Daniel mencionar hipoglicemia, Emily na verdade se sentiu aliviada.
Daniel e Doris estavam entre os poucos familiares que lhe restavam, e ela não queria que eles se preocupassem com ela.
"Estou muito melhor, Daniel." Emily lembrou-se do que Daniel havia dito antes de ela desmaiar e queria perguntar o que havia acontecido, mas não conseguiu tocar no assunto.
Daniel, percebendo sua hesitação, bagunçou gentilmente seu cabelo, momentaneamente parecendo o homem confiável e composto que ela conhecia. "Emily, eu sei que essa situação está além do seu controle. Desculpe por ter me exaltado antes. Te assustei?"
Emily balançou a cabeça, seus olhos ficando marejados. Fazia tanto tempo que ela não sentia o que era ser cuidada.
As palavras emocionadas estavam na ponta da língua quando Daniel falou primeiro. "Aquele caso—é sobre Sophie, o processo por difamação da Sra. Laurent?"
Emily ficou surpresa. "Daniel, como você sabe disso?"
Um lampejo de culpa cruzou os olhos de Daniel. Ele tossiu duas vezes, rapidamente encontrando uma desculpa. "Doris me contou."
Emily não questionou isso. Ela abaixou o olhar e sorriu amargamente. "Sim, é verdade."
Tendo confirmado sua suspeita, Daniel parecia ansioso. "Emily, você acha que pode ganhar esse caso?"
A pergunta soou estranha para Emily. Ela olhou para ele com desconfiança. "Daniel, por que você está tão preocupado com o resultado desse caso?"
Daniel entrou em pânico momentaneamente. Mas ele rapidamente recuperou a compostura, sorrindo casualmente. "Eu só acho que para proteger o orfanato onde crescemos, você precisa ganhar esse caso, certo?"
Isso fazia sentido, mas algo ainda parecia estranho para Emily.
Vendo seu silêncio, Daniel suspirou suavemente, sua expressão tornando-se melancólica. "Há outra razão. Passei três anos na prisão por acusações falsas. Não quero que mais ninguém sofra com calúnias como eu sofri."
Seu tom era tão sincero que Emily não pôde deixar de sentir simpatia.
Ela queria dizer a Daniel que Sophie não havia sido caluniada—esses "rumores" eram na verdade fatos. Mas encarando o olhar caloroso e sincero de Daniel, as palavras não saíram.
Deveria ela dissecar seu casamento miserável para Daniel, que já havia sofrido tanto?
"Emily voltou ao lar adotivo sozinha?" Alexander perguntou, sentado em sua luxuosa cadeira executiva de costas para James, com um tom gélido.
James ficou surpreso. Não esperava que Alexander se importasse com esse detalhe.
"Não, a Srta. Ward estava com um homem na casa dos vinte anos, cerca de um metro e oitenta, magro mas bonito. Pareciam bastante íntimos."
Apesar de sua confusão, James descreveu a aparência de Daniel para Alexander.
Assim que James terminou de falar, Alexander esmagou a xícara de porcelana em sua mão.
"Sr. Foster! Está tudo bem?" James exclamou, alarmado com o sangue pingando da mão de Alexander.
Alexander puxou um lenço e limpou o sangue descuidadamente, virando-se para fixar James com um olhar gelado.
"Ela concordou em aceitar o caso de Sophie, então você simplesmente foi embora?"
O perspicaz James percebeu imediatamente seu erro e abaixou a cabeça. "Desculpe, Sr. Foster. Achei que esse era seu objetivo."
Alexander bateu com o punho na mesa. "Seu idiota presunçoso!"
James tremeu. Embora trabalhasse para Alexander há dois anos—mais do que qualquer assistente anterior—James ainda temia a raiva de Alexander.
A presença do homem era esmagadoramente poderosa; ninguém podia enfrentá-la.
"Por favor, me puna, Sr. Foster." James manteve a cabeça baixa.
Alexander apertou a ponte do nariz, irritação brilhando em seus olhos. "Saia!"
James saiu obedientemente, só exalando alívio após fechar a porta do escritório atrás de si.
O rosto bonito de Alexander estava congelado em gelo.
Se ele se lembrava corretamente, hoje era a data de libertação de Daniel. Emily tinha corrido para vê-lo com tanta pressa—a mulher era realmente ingrata!
Quanto mais Alexander pensava sobre isso, mais irritado ficava. Passou o dia inteiro carrancudo, aterrorizando executivos da empresa e parceiros de negócios ao silêncio.
Finalmente, às nove horas, com todo o trabalho urgente temporariamente concluído, Alexander se levantou e dirigiu para casa.
No momento em que entrou, sua voz soou sombriamente. "Emily, desça!"
Passos apressados soaram do andar de cima, lembrando muitas ocasiões passadas quando ela descia correndo para cumprimentá-lo com entusiasmo.
Ao recordar essas cenas, a expressão de Alexander começou a amolecer.
Mas no momento seguinte, seu cenho se franziu profundamente. "Nancy? Onde está Emily?"
Nancy limpava freneticamente a maquiagem do rosto, tremendo de medo. "A Sra. Foster... A Sra. Foster não voltou para casa!"
Ela se sentiu completamente arruinada. Depois de usar a maquiagem de Emily por tanto tempo sem ninguém notar, Alexander a pegara em flagrante!
Nancy desesperou—será que veria o nascer do sol de amanhã?
Mas Alexander não deu atenção a essa transgressão. Sua mente fixada naquelas palavras. 'A Sra. Foster não voltou para casa.'
Correr para o centro de detenção para encontrar algum cara durante o expediente já era ruim o suficiente, mas depois não voltar para casa?
Um sorriso frio surgiu nos lábios de Alexander. Ele realmente tinha mimado essa mulher!
"Se divertindo demais em outro lugar, está? Nancy, mude o código da porta e diga a todos os funcionários que ninguém deve deixar Emily entrar!"
Ela era apenas uma órfã sem pais e sem outros amigos. Para onde ela poderia ir sem a Mansão Foster?









































































































































