


Capítulo 2
POV de Sophia
Rachel segurava o volante com força, lançando um olhar furtivo para mim, sua melhor amiga, sentada ao seu lado no carro. Os postes de luz piscavam acima de nós, lançando sombras passageiras no meu rosto preocupado.
“Você tem certeza disso?” Rachel perguntou mais uma vez, sua voz tingida de preocupação. “Você vai mesmo cancelar seu noivado com o Daniel?”
Respirando fundo, mantive meu olhar fixo na paisagem que passava pela janela.
“Eu decidi, Rach,” respondi, meu tom resoluto, embora com um toque de apreensão. “Agradeço sua preocupação, mas isso é algo que eu preciso fazer. Vou lidar com as consequências.”
Rachel suspirou, seus dedos tamborilando no volante. “Eu só não quero ver você se machucar,” confessou, sua voz mal acima de um sussurro.
Estendendo a mão, coloquei-a de forma reconfortante no braço de Rachel. “Eu sei, Rach. Mas isso é algo que eu preciso fazer por mim mesma,” sussurrei, meus olhos refletindo uma mistura de determinação e vulnerabilidade. “Eu vou ficar bem. Eu prometo.”
Rachel assentiu, seus ombros caindo em resignação. “Tudo bem,” ela cedeu, sua voz carregada com um toque de tristeza. “Vou confiar em você nisso. Só saiba que estou aqui para você, não importa o que aconteça.”
Um pequeno sorriso surgiu nos cantos dos meus lábios enquanto eu apertava o braço de Rachel. “Obrigada, Rach,” murmurei, a gratidão clara na minha voz. “Eu não poderia pedir uma amiga melhor.”
Enquanto continuávamos nossa jornada pela estrada iluminada, Rachel não conseguia afastar a sensação de inquietação que a corroía por dentro. Mas ela sabia que, independentemente do que estivesse por vir para mim, ela estaria ao meu lado, acontecesse o que acontecesse.
Poucos minutos depois, meu telefone tocou, quebrando o silêncio no carro. Olhando para o identificador de chamadas, vi o nome de Daniel piscando na tela. Com um suspiro pesado, atendi a ligação, minha voz traindo um toque de irritação.
“Oi, Daniel,” cumprimentei, meu tom seco.
“Sophia, onde você está? Você está atrasada. Está tudo bem?” A voz de Daniel veio pela linha, carregada de preocupação.
“Estou na estrada, Daniel,” respondi, minha frustração clara. “Estou com a Rachel.”
Após uma breve troca de palavras, encerrei a ligação, minha irritação aumentando. Murmurei palavrões sob minha respiração, minha frustração borbulhando à superfície.
Rachel olhou para mim, a preocupação estampada em suas feições. “Está tudo bem, Soph?” ela perguntou, sua voz cheia de preocupação.
Soltei um suspiro frustrado, passando a mão pelo cabelo. “Estou bem, Rachel,” respondi, minha voz tingida de exasperação. “Só o Daniel preocupado, como sempre.”
Rachel assentiu, entendendo a tensão na minha voz. “Você sabe que ele se importa com você, certo?” ela ofereceu.
Assenti, uma expressão conflituosa cruzando meu rosto. “Eu sei,” admiti, meu tom mais suave agora. “Mas às vezes, é sufocante.”
Enquanto dirigíamos em silêncio, o peso da minha frustração pairava pesado no ar, misturando-se com o zumbido distante do motor do carro. E naquele momento, Rachel não pôde deixar de se perguntar o que estava por vir para mim, e se a preocupação de Daniel era um sinal de cuidado genuíno ou algo mais sufocante.
Quando chegamos em casa, não perdi tempo em expressar minhas intenções aos meus pais. Com um olhar determinado nos olhos, me dirigi a eles.
“Mãe, pai, preciso falar com vocês,” comecei, minha voz firme, mas tingida de urgência.
Meus pais levantaram os olhos de seus assentos, surpresos com o tom sério da minha voz.
“O que houve, querida?” minha mãe perguntou, a preocupação clara em sua voz.
Respirei fundo, me preparando para o que estava prestes a dizer. “Eu decidi,” anunciei. “Quero cancelar meu noivado com o Daniel.”
Meus pais trocaram olhares perplexos, surpresos com minha declaração.
“Mas por quê, Sophia?” meu pai perguntou, sua testa franzida de confusão. “O que aconteceu?”
Hesitei por um momento, procurando as palavras certas para explicar minha decisão.
“Não é sobre o que aconteceu, pai,” respondi. “É sobre o que é melhor para todos, especialmente para nossa família.”
Meus pais ouviram enquanto eu explicava meus motivos, minhas palavras medidas. Eu não tinha provas concretas de qualquer erro de Daniel, mas acreditava que era a coisa certa a fazer pelo bem da reputação da nossa família. Terminar o noivado pouparia Daniel de qualquer dano potencial à sua reputação, e eu arcaria com as consequências sozinha.
“É um risco que estou disposta a correr,” concluí, minha voz firme com convicção. “Deixe que Daniel enfrente as consequências de suas ações, sejam quais forem.”
Meus pais trocaram um olhar solene, entendendo o peso da minha decisão. Apesar do choque inicial, eles podiam ver a determinação nos meus olhos e sabiam que eu tinha decidido.
“Confiamos em você, Sophia,” minha mãe disse, estendendo a mão para segurar a minha. “Vamos te apoiar, não importa o que aconteça.”
E ao sentir o peso do apoio dos meus pais, soube que tinha feito a escolha certa.
Meus pais cederam, confiando a mim a decisão sobre meu noivado. Eles depositaram sua total confiança no meu julgamento, sabendo que eu sempre fui sábia além da minha idade. Como resultado, o noivado foi cancelado.
“Confiamos em você, Sophia,” meu pai disse, sua voz cheia de uma mistura de orgulho e preocupação.
Assenti, grata pelo apoio dos meus pais. “Obrigada, pai, mãe,” respondi, minha voz tingida de determinação.
No entanto, enquanto continuava a explicar meus motivos, uma revelação mais sombria emergiu. Expressei meu medo de que Daniel nos traísse e trouxesse ruína para toda a nossa família. Antes que isso pudesse acontecer, declarei minha intenção de derrubar Daniel primeiro.
“Não vou deixar que ele nos destrua,” afirmei, meus olhos brilhando com resolução. “Vou garantir que ele pague por sua traição.”
Meus pais trocaram um olhar perplexo, lutando para compreender a profundidade da minha convicção. Eles nunca tinham visto esse lado de mim, tão determinada e resoluta em proteger a honra da nossa família.
“Mas Sophia, o que você quer dizer?” minha mãe perguntou, sua voz tingida de incerteza.