Capítulo 5
"Zoey, não se preocupe. Eu vou dar um jeito de fazer o Sr. Sanchez aprovar seu estágio," disse Mason suavemente, tentando confortá-la.
Zoey não respondeu e caminhou direto para o estacionamento.
Quando abriu a porta do carro, ouviu passos apressados e respiração pesada atrás dela.
"Sra. King! Espere!"
Ambos se viraram para ver Albert correndo em direção a eles, com um sorriso bajulador no rosto, um contraste gritante com seu comportamento profissional anterior no escritório.
"Após uma reunião de emergência com o conselho, decidimos fazer uma exceção e aceitá-la," disse Albert, com um tom quase obsequioso. "Um talento médico como o seu é exatamente o que precisamos na Nexus School of Medicine."
Mason franziu a testa. Será que Rhea tinha falado com Albert em particular?
"Você tem uma carta de aceitação oficial?" Mason perguntou cautelosamente.
"Claro, claro." Albert rapidamente pegou seu celular, seus dedos tremendo ligeiramente enquanto abria seu e-mail. "Aqui está a carta de aceitação eletrônica, já carimbada e efetiva imediatamente."
Ele virou a tela do celular para Zoey, tentando agradá-la. "Vou arranjar para você se juntar ao grupo de estágio clínico. Você pode começar amanhã."
Zoey permaneceu em silêncio, seus olhos frios observando Albert.
"Está bem, está decidido então," disse Mason, tomando a iniciativa já que Zoey não falou. "Vou trazer a Zoey amanhã."
"Ótimo, ótimo. Sr. King, pode ficar tranquilo," Albert assentiu repetidamente, depois se virou para Zoey. "Sra. King, se tiver algum pedido especial, sinta-se à vontade para me contatar."
Ele entregou a ela um cartão de visita com relevo dourado, que Zoey ignorou.
No final, Zoey foi designada para o grupo mais periférico, principalmente responsável por organizar prontuários médicos e esterilizar equipamentos - tarefas básicas.
Isso significava que ela não teria acesso às práticas principais de anatomia ou observações cirúrgicas.
Na manhã seguinte, na reunião da equipe, o diretor médico, Roy Murphy, apresentou Zoey educadamente a todos. Qualquer um que conseguisse fazer Albert abrir uma exceção devia ter um grande respaldo, e os instintos profissionais de Roy lhe diziam isso.
"Esta é Zoey, que se junta à nossa equipe a partir de hoje," Roy disse com um sorriso caloroso. "Zoey, você vai trabalhar com o Grupo Três. Se precisar de alguma coisa, é só me avisar."
Zoey assentiu levemente e caminhou até seu lugar designado.
Uma jovem médica do grupo estendeu a mão calorosamente. "Oi, eu sou Elysia."
Zoey acenou levemente em resposta.
"Você está maluca?" Um médico puxou Elysia de lado imediatamente, abaixando a voz. "Ela é a Zoey King daquele grande incidente médico de dois anos atrás! Todo o departamento de neurocirurgia sabe disso."
"O quê? Então por que o Sr. Sanchez..."
"Provavelmente, ela se aproximou de algum cara rico? Ouvi dizer que um cara bonito em um carro de luxo a deixou aqui ontem. Talvez ela seja amante de algum VIP."
"Mas..."
"Sem mas. Fique longe dela. Quem sabe se ela vai causar outro acidente?"
Esses sussurros chegaram claramente aos ouvidos de Zoey, mas sua expressão permaneceu inalterada, como se não tivesse ouvido nada.
Esse grupo periférico era nominalmente um trabalho tranquilo para aqueles com conexões, mas na realidade, poucos faziam algum trabalho de verdade, e havia muitos que gostavam de mandar nos outros.
Na hora do almoço, alguém esbarrou na bandeja de Zoey, derrubando sua comida no chão.
"Desculpe," Dash Rivera disse com um sorriso falsamente apologético. "Zoey, quanto tempo, hein? Dois anos passaram rápido, e você já está fora."
"Dash, você ainda é o capacho mais obediente da Cleo," Zoey zombou, limpando a gordura da mão na camisa cara dele. "Depois de todos esses anos, você ainda só sabe fazer essas jogadas sujas."
"Maldita!" Dash fumegou, agarrando a gola dela. "Ninguém está aqui para te proteger agora! Acredite, eu vou te fazer pagar!"
A voz dele era alta, chamando a atenção de todos no refeitório.
Dash achou que Zoey iria aguentar como costumava fazer.
Mas para sua surpresa, ela de repente levantou a cabeça e bateu a testa no nariz dele.
"Meu nariz!" Dash gritou, soltando-a enquanto o sangue jorrava de seu nariz, manchando seu uniforme.
Todos ao redor ficaram atônitos. Ninguém esperava que a aparentemente dócil Zoey fosse tão feroz.
"Tome cuidado com o que fala da próxima vez," Zoey disse friamente. "Eu costumava deixar passar, mas não mais. Eu lembro de tudo que você fez pela Cleo há dois anos."
Ela fez um gesto de cortar a garganta. "Diga à Cleo, eu estou vindo atrás dela."
Dash segurou o nariz, olhando incrédulo para a Zoey completamente diferente.
O mundo tinha enlouquecido, ou ela? Como alguém abandonado pela família King ousava tocar nele!
Ele queria retaliar, mas o olhar frio nos olhos dela o fez hesitar.
Aqueles olhos eram aterrorizantes, como se estivessem olhando para um cadáver.
Ele estava determinado a expulsar Zoey de Emerald City!
Depois de terminar de fazer os registros à tarde, Zoey queria dar uma olhada no laboratório de anatomia.
Quando virou uma esquina no corredor, alguém bloqueou seu caminho.
"Sra. King, podemos conversar um instante?" Oliver perguntou respeitosamente.
Ela assentiu e seguiu Oliver até uma sala de reuniões privada no último andar do hospital.
Alexander estava ao lado da janela do chão ao teto, sua figura alta alongada pelo sol poente.
Ao ouvir a porta se abrir, ele se virou para Zoey, seus olhos profundos fixando-se nos dela.
"Por que você me ajudou?" ela perguntou diretamente, sem rodeios.
Alexander apoiou o queixo na mão, um olhar brincalhão nos olhos. "Para retribuir um favor."
Zoey desviou o olhar, irritada. "Por favor, fique fora dos meus assuntos com a família King."
"Eu não preciso da sua pena."
"Não é pena." Alexander de repente deu um passo à frente, segurando o pulso dela. "Eu preciso da sua ajuda."
Zoey se soltou facilmente do aperto dele, seus movimentos tão rápidos e precisos que Alexander levantou uma sobrancelha.
Oliver, que estava por perto, ficou secretamente impressionado.
Alexander, que geralmente não mostrava interesse por mulheres, estava sendo tão humilde com Zoey?
O que o chocou ainda mais foi que Zoey ousava tratar Alexander daquela maneira.
"Você não ouviu que sou uma assassina? Não posso te ajudar," Zoey disse calmamente, encarando-o.
Os olhos de Alexander estavam focados. "Meu avô tem uma perna ruim há anos. Você pode ajudá-lo."
"Não posso," ela recusou categoricamente. "A última vez foi um golpe de sorte. Não significa que sou onipotente. Se eu fosse tão boa, não seria apenas uma estagiária."
"Eu sei que você pode," Alexander disse seriamente, sua voz se aprofundando. "Meu avô significa muito para mim. Se você ajudar, eu concordo com qualquer condição."
Zoey se virou e foi embora, suas costas resolutas.
"Deveríamos ir atrás dela?" Oliver perguntou baixinho.
Alexander balançou a cabeça, um leve sorriso nos lábios. "Ela é teimosa. Persegui-la só vai resultar em rejeição."
Ele observou a figura de Zoey se afastando. "Vamos com calma."
Nesse momento, seu telefone tocou.
A voz animada de Daniel soou. "Ouvi dizer que você encontrou aquela especialista em suturas de primeira linha? Qual é o nome dela? De qual hospital? Não me diga que está guardando ela só para você?"
"Guardando ela só para mim?" O sorriso de Alexander se alargou. "Pode-se dizer que sim. Então pare de perguntar."
Tarde da noite, Zoey, usando uma máscara branca, abriu a porta dos fundos de uma loja de antiguidades.
Assim que entrou, sentiu uma rajada de vento vindo em sua direção.
Ela instintivamente se esquivou para o lado, desferindo um golpe de cotovelo para trás.
O atacante gritou de dor. "Rose, você ainda é tão inacessível."
Zoey tirou a máscara, olhando friamente para a mulher com a máscara de raposa à sua frente.
"Eu já disse, odeio ataques surpresa."
"Eu só queria ver se suas habilidades enferrujaram," Clover disse, esfregando o ombro com um sorriso malicioso.
"Vá direto ao ponto."
"As páginas desaparecidas de 'Crônicas de Ervas: Os Remédios Perdidos' aparecerão no leilão de amanhã à noite."
"A família Garcia quer dar o lance, e o vendedor pediu especificamente que você autenticá-las."
Os olhos de Zoey brilharam. "A família Garcia?"
"Sim, aquela família Garcia," Clover disse, inclinando-se e abaixando a voz. "Ouvi dizer que Alexander estará lá pessoalmente. Interessada?"
Enquanto isso, Alexander estava em seu escritório, atendendo a uma ligação de Oliver.
"Está confirmado. As páginas desaparecidas de 'Crônicas de Ervas: Os Remédios Perdidos' estarão no leilão de amanhã à noite," Oliver disse animadamente. "Mas o vendedor insiste que o 'Colecionador' as autentique pessoalmente."
"Finalmente aparecendo," Alexander riu, seus longos dedos batendo levemente na mesa. "Vou conhecer esse 'Colecionador' pessoalmente amanhã à noite."
Essa lendária avaliadora-chefe nunca cometera um erro em suas avaliações.
No mundo dos colecionadores, a autenticação dela era tão boa quanto ouro.
E Alexander estava procurando mais do que apenas as páginas desaparecidas de 'Crônicas de Ervas: Os Remédios Perdidos'. Ele estava à procura da misteriosa mulher que desapareceu de sua vista há dois anos.
A mulher que inspirava tanto medo quanto admiração.
Se ele pudesse tê-la, poderia obter todos os tesouros do mundo, tornando-se mais rico do que qualquer outra pessoa.































































































































