Capítulo 7

"Não importa o que a família Garcia queira, você os recusa," disse Zoey friamente. "Estou anunciando minha aposentadoria."

"O quê? Aposentadoria?!" exclamou Clover. "Há alguns casos que só você pode resolver."

"Outros podem fazer isso também. Quero passar um tempo com minha família."

Rhea provavelmente era a única família que ela tinha agora.

"Família? Eu pensei que você fosse órfã? Isso é apenas uma desculpa para sair dos Vanguards de Ferro? Não me abandone, Rose!"

Ouvindo o choro falso de Clover, os lábios de Zoey se curvaram ligeiramente.

"Eu nunca vou te abandonar. Os Vanguards de Ferro são como outra família para mim. Não estou saindo, só tirando uma folga. Minha avó vai passar por uma cirurgia em breve e eu preciso estar com ela."

Clover conhecia bem a personalidade de Rose. "Sinto que você está escondendo algo de mim. Se você realmente me considera família, vamos enfrentar isso juntas. Os Vanguards de Ferro não temem ninguém."

"Eu posso lidar com isso." Com isso, Zoey desligou o telefone.

Clover não ligou de volta porque sabia que, por mais que perguntasse, Zoey não diria nada.

Ninguém podia derrotar Rose. Ela sempre foi invencível.

Na palestra da faculdade de medicina, Zoey inevitavelmente era o centro das atenções.

Ela fingia não ouvir os sussurros ao seu redor.

Dash parecia ter esquecido como foi humilhado da última vez, constantemente tentando agir como um palhaço na frente dela, apenas para ser ignorado todas as vezes.

Antes de a palestra terminar, Zoey saiu, mas foi seguida por alguém.

Ela parou e se virou, irritada.

A pessoa a alcançou e se apresentou com um sorriso. "Sra. King, sou Tamsin, uma enfermeira estagiária."

"E daí?" Zoey não teria respondido se não tivesse sentido que não havia má intenção daquela pessoa.

"Você parecia tão incrível dissecando aquele corpo e estudando os órgãos. Quero aprender com você." Tamsin sorriu.

Zoey franziu a testa. "Onde você viu isso?"

"Online! Todo mundo te chama de Açougueira!" Os olhos de Tamsin estavam cheios de admiração.

Zoey pegou seu telefone e viu que várias contas haviam postado vídeos de suas dissecações anteriores na faculdade de medicina.

Noventa por cento dos comentários a chamavam de cruel, e alguns até mencionavam o incidente de dois anos atrás, acusando-a de ser uma assassina.

"Essas pessoas não sabem a verdade. Você claramente estava pesquisando a causa da doença para tratar mais pessoas."

Zoey a olhou de relance. "Tamsin, é mais seguro para você ficar longe de mim na faculdade de medicina."

"Eu não tenho medo!" Tamsin endireitou as costas. "Meu avô sempre dizia para seguir o que é certo."

Zoey ficou surpresa.

A expressão teimosa de Tamsin inexplicavelmente a lembrou de si mesma quando era mais jovem.

"Faça como quiser," disse finalmente, mas diminuiu o passo ao se afastar.

Tamsin a seguiu com passos pequenos, tentando animar Zoey com piadas, mas Zoey permaneceu indiferente e fria.

Mesmo assim, Tamsin continuou a segui-la.

"Dash, alguém quer se aproximar de Zoey. Ela é louca?" alguém zombou do segundo andar, observando a interação abaixo.

Dash zombou. "Descubra quem é essa mulher e avise-a para ficar longe de Zoey, ou nós cuidaremos dela também."

Ele queria que Zoey fosse ostracizada na faculdade de medicina, para sair de Emerald City em lágrimas.

"Não se preocupe, Dash. Eu vou dar uma lição nela. De todas as pessoas, ela tinha que gostar de Zoey, a assassina?"

Na aula prática da tarde, eles estavam praticando RCP.

Zoey estava programada para ir por último, praticando em um manequim. Tamsin estava programada para ir primeiro, atuando como corpo para os outros estagiários praticarem RCP.

Assim que ela se deitou e fechou os olhos, um dos caras apalpou seu peito.

Tamsin gritou, cobrindo o peito e sentando-se, o rosto vermelho e pálido.

"Qual é o problema? Eu só toquei em você acidentalmente," o cara riu.

Tamsin estava à beira das lágrimas, enquanto os outros assistiam à cena. Zoey deu um passo à frente e levantou Tamsin, protegendo-a da visão dos outros.

"Qual mão tocou nela?" Os olhos frios de Zoey fixaram-se no cara.

Toda a risada cessou.

Tamsin se sentiu menos chateada agora que Zoey estava segurando sua mão. Por que essas pessoas não gostavam de alguém tão bom quanto Zoey?

Não importava. Se ninguém mais gostasse de Zoey, ela gostava. Só não esperava se tornar um alvo para essas pessoas.

"Zoey, não brigue," Tamsin pediu, achando que estavam tentando provocar Zoey.

O cara que apalpou Tamsin evitou o olhar de Zoey, mas disse teimosamente: "É inevitável tocar no peito durante a RCP. Do que ela está com medo? Quer me bater?"

Zoey olhou para ele sem expressão. "Peça desculpas à Tamsin."

"O que eu tenho que pedir desculpas?" o cara riu, impenitente.

Os olhos de Zoey se tornaram frios, e ela deu um passo à frente, deslocando a mão esquerda dele.

O cara segurou o braço, gritando, "Zoey, sua lunática!"

"Eu só te toquei um pouco. Vale a pena ficar tão chateado assim?" Zoey riu.

Todos olharam para Zoey com medo, exceto Tamsin, que bateu palmas animadamente. "Muito legal!"

Ela sabia que seu gosto por pessoas não estava errado.

Ninguém mais ousava provocar Zoey. Quem sabia quando ela poderia atacar de repente?

Ela era incrivelmente rápida. O cara nem teve tempo de reagir antes que sua mão esquerda fosse deslocada.

Dash, escondido atrás dos outros, também estava com medo. Ele se lembrou do medo que Zoey havia incutido nele.

Ele foi para um canto fazer uma ligação.

"Senhora Ramos, a mão de Lon foi quebrada por Zoey King. Você precisa vir para a escola imediatamente."

Dez minutos depois, Eloise Ramos entrou furiosa na escola de medicina, chorando na sala dos professores.

"Senhor Graves, Lon nunca causa problemas, e agora uma garota quebrou o braço dele. Como devo lidar com isso? Por que sua escola de medicina admite pessoas tão violentas? Se você não puni-la, vou garantir que a Escola de Medicina Nexus esteja em todos os noticiários!"

Hugo Graves tentou acalmá-la.

"Senhora Ramos, por favor, acalme-se. Eu prometo que vou investigar isso a fundo."

"Eu quero respostas agora! Lon está com tanta dor, e ele nem pode consertar seu próprio osso. Como isso é justo?"

Vendo que Eloise não escutaria, Hugo se voltou para Lon Ramos.

"Lon, todos estavam na aula prática. Com quem você teve um conflito?"

"Foi a Zoey, a assassina. Ela matou tantas pessoas dois anos atrás, e agora está aqui descaradamente. Senhor Graves, você tem que expulsá-la!" O rosto de Lon estava pálido.

Hugo franziu a testa.

"Zoey não é uma assassina. A polícia já esclareceu que foi um mal-entendido dois anos atrás. Eu preciso saber o que aconteceu aqui."

Independentemente das habilidades de Zoey, o fato de ela ter o favor de Alexander era significativo. Ele não podia acusá-la injustamente.

"Senhor Graves, você está tentando encobrir essa assassina? Se você não expulsar Zoey, vou levar isso ao diretor e ao conselho de educação!" Eloise gritou.

Assim que ela terminou de falar, Zoey entrou.

Lon, parecendo assustado, se escondeu atrás de Eloise.

"Zoey, conte-nos o que aconteceu com a mão de Lon."

"Ele assediou sexualmente Tamsin."

As palavras de Zoey deixaram todos no escritório chocados.

Hugo, recuperando-se da surpresa, pediu detalhes.

"O que você quer dizer com assédio sexual? Eu preciso falar com Tamsin a sós."

"Não é necessário. Ele estava sendo um pervertido e me irritou, então eu dei uma lição nele," Zoey disse indiferente.

Ela deveria ter deslocado as duas mãos dele mais cedo. Ela ainda foi muito gentil.

Capítulo Anterior
Próximo Capítulo