CAPÍTULO 4
"Saphira, espera," Jed chamou atrás dela. Ela se virou e o encarou enquanto ele saía do carro e corria até ela.
"Está tudo bem?" ela perguntou, confusa.
"Sim... bem, não. Olha, há algo em você que me faz querer te proteger. Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas você é especial. Não sei por que nem como, mas meu instinto me diz para te proteger," ele falou.
"A menos que você possa me sequestrar sem nunca ser encontrado, não há muito que você possa fazer, receio," Saphira disse, tentando aliviar a situação.
"Não fisicamente. Mas todos conhecem a mim e minha família, os Casamenteiros podem ter enganado nosso líder, mas ninguém mais ousaria nos enfrentar. Somos uma família grande e a mais poderosa. Então, posso te proteger colocando você sob a proteção da nossa família," ele explicou.
"Eu não entendo, não conheço você ou sua família. Além disso, você disse antes que sua família tinha certas regras, isso não seria quebrá-las?" ela questionou.
Jed deu um pequeno sorriso para Saphira e pegou seu pulso; ela o observou, confusa. "Existem regras, sim. Mas esta é uma pela qual eu pagarei o preço; não vou permitir que você seja ferida. Uma vez que isso acabar, eles entenderão. É quase como se eu tivesse encontrado uma irmã há muito perdida; é difícil explicar," ele disse, ainda segurando seu pulso.
"Jed, eu não posso permitir que você se meta em problemas por minha causa. Eu não valho a pena," Saphira tentou argumentar, sabendo que não seria justo ele estar em perigo para protegê-la.
"Essa é a razão pela qual eu devo. Saphira, meu irmão, nosso líder, seu nome é Nikolas. A partir de agora, você está sob a proteção da família Arrax, e pessoalmente minha, Jed Arrax," ele disse, segurando seu pulso direito com mais força. Ela sentiu uma sensação de queimação onde ele estava apertando e olhou para baixo, confusa. Quando ele soltou seu pulso, ela notou uma pequena letra 'A' desaparecendo.
Saphira passou o dedo sobre o local onde a marca havia estado. "O que é isso?" ela perguntou.
"Isso é uma marca de nossa proteção," Jed explicou. "Se alguém tentar te machucar, você diz que está sob nossa proteção. Se não acreditarem em sua palavra, a marca aparecerá. Tudo o que você precisa fazer é mostrar a eles. Você estará segura." A importância dessa proteção maravilhou Saphira, fazendo-a se perguntar sobre o verdadeiro poder de Jed e sua família.
"O que vai acontecer se eu conseguir sair?" Saphira perguntou, sem querer ser forçada a outra situação, e ela tinha certeza de que Jed sabia disso também.
"Isso é sua escolha," Jed respondeu, "Você será livre para fazer o que quiser, seja seguir seu próprio caminho ou se tornar parte da nossa família. Mas não importa o que aconteça, você sempre terá minha proteção, Saphira. Agora você precisa ir, fique segura, e eu te verei em breve." Ele a puxou para um abraço antes de soltá-la e voltar para seu carro.
Ela observou Jed ir embora, então se virou e seguiu de volta para o prédio. Assim que chegou à porta, sua bolsa foi tomada por um dos homens que esperavam, e outro a escoltou para uma enorme sala cheia de outras pessoas esperando. Ela olhou ao redor e viu guardas espalhados, apenas observando todos.
A sala estava silenciosa, com o único som sendo quando alguém era chamado para começar o teste. Parecia como Saphira imaginaria um laboratório de experimentos científicos. Não demorou muito para que ela estivesse na frente da fila, e ela foi chamada para avançar.
“Por favor, preencha este formulário e vá para a sala cinco,” disse o homem, entregando-lhe um formulário e uma caneta, sem nem olhar para ela.
Saphira pegou o formulário e foi para uma fileira de cadeiras ao lado de portas numeradas; sentou-se e começou a preenchê-lo. A primeira seção requeria detalhes pessoais: seu nome, idade, peso e informações similares. A segunda parte apresentava vários cenários, perguntando o que ela faria em cada situação. Ela preencheu tudo de forma honesta, imaginando-se naquelas situações. Não demorou muito para completar o formulário. Ela se levantou e caminhou até a porta número cinco. Decidindo bater primeiro, esperou uma resposta. Após alguns segundos sem resposta, ela abriu a porta e entrou.
A sala lembrava um consultório médico—estéril, clínica, com pouca acolhida. Uma mesa estava cheia de pastas e equipamentos, com uma cama ao lado. Do outro lado da sala, uma máquina enorme se destacava, seu tamanho e design despertando sua curiosidade. Ela se aproximou, estudando seus detalhes desconhecidos.
“Formulário, por favor.” A voz veio de trás, firme e expectante. Saphira girou rapidamente, surpresa ao encontrar uma mulher mais velha ali, com a mão estendida. Ela estava na sala o tempo todo? Saphira não tinha certeza, então simplesmente entregou o formulário sem hesitação.
“Sente-se na cama, por favor.” A mulher mal olhou para cima enquanto falava, seu foco preso no documento. Saphira obedeceu, sentando-se na beirada da cama enquanto a mulher se dirigia à mesa, digitando informações em um dispositivo sem fio.
“Ok, agora preciso tirar um pouco de sangue e analisar os resultados.” Ela pegou as ferramentas necessárias com eficiência prática. Saphira assentiu, estendendo o braço em silêncio. A mulher trabalhou rapidamente, coletando o sangue com precisão.
Não demorou muito para que a mulher coletasse o que precisava. Assim que terminou, ela se dirigiu à grande máquina do outro lado da sala, deixando Saphira sentada ali, esperando. Uma vez que a máquina completou sua tarefa, ela inseriu os resultados no dispositivo, como antes.
“Bem, eu não acredito,” murmurou para si mesma, mas alto o suficiente para Saphira ouvir.
“O quê?” Saphira perguntou, mas a mulher a ignorou completamente.
“Saia pela porta e vire à esquerda no salão principal. Você receberá um número de quarto para o seu par,” ela explicou, em tom de desdém. Sem mais conversa, sem explicação—apenas instruções.
Saphira as seguiu de qualquer maneira. Saindo da sala, ela virou à esquerda por um corredor estreito, que logo se abriu em um vasto salão. O espaço estava cheio de seres sobrenaturais—centenas deles. Será que tinham tantos em quartos também? Parecia excessivo. Enquanto ela escaneava a multidão, tentando absorver tudo, acidentalmente esbarrou em uma mulher ao seu lado.
Saphira sentiu um aperto repentino no peito; sua intuição dizia que algo estava prestes a acontecer entre ela e aquela mulher.
