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Os olhos dourados de Perséfone encararam Chris, sorrindo brilhantemente enquanto ela estendia a mão. "Perséfone de Cordova," ela se apresentou. "Sou nova em Seattle." Ela ofereceu.
Chris imediatamente soltou Micaela para apertar a mão dela. "Chris Ericson, nascido e criado aqui." Ele sorriu sedutoramente para Perséfone.
Ela franziu a testa com a expressão dele, rapidamente puxando a mão de volta, pois não queria dar a ideia errada. Virando-se para a mulher que havia acabado de retomar seu assento, Perséfone se apresentou mais uma vez, colocando a mão esquerda sobre o coração. "Sou uma idiota, desculpe," ela estendeu a mão direita. "Perséfone de Cordova."
A mulher maternal que exalava calor apertou sua mão, gentilmente. "Micaela Dawson, muito prazer em conhecê-la!" Ela disse, jubilosa. Seus olhos se moveram para o terceiro integrante do grupo, que ainda estava de pé. "Chris, sente-se. Você está me deixando nervosa."
Ele se virou para a mais jovem das duas, "Posso?"
Perséfone acenou com a mão para baixo. "Claro, eu estava dizendo à Sra. Dawson que não ficaria muito tempo, de qualquer forma."
Chris puxou uma cadeira e estava prestes a se sentar.
"Na verdade, querido, antes de você se sentar," Micaela falou, "Você se importaria de pegar um muffin de mirtilo para mim?" Ela apontou para a fila, que havia crescido exponencialmente.
Perséfone notou Chris olhando para a longa fila também. "Você quer isso agora?" Ele perguntou.
Micaela segurou a ponta da mesa e tentou se levantar. Perséfone notou curiosamente que ela estava tendo dificuldades novamente. "Sabe de uma coisa, você tem razão, Chris." Micaela disse. "Não quero te incomodar. É só que meus joelhos-"
"Tudo bem, tudo bem." Chris tirou o blazer, colocando-o nas costas da cadeira. "Você venceu," ele se virou, murmurando, "Você sempre vence."
Micaela soltou a risada mais fofa que Perséfone já tinha ouvido, era tão contagiante que a fez sorrir.
Assim que Chris estava fora do alcance da voz, Micaela falou. "Eu tenho ele na palma da minha mão," ela anunciou orgulhosamente.
Perséfone assentiu. "Eu vejo isso." Ela tentou mais um gole de sua bebida, mas ainda estava quente. Ela lambeu os lábios, usando a saliva para aliviar a leve sensação de queimação no lábio inferior.
Micaela também pegou sua bebida, ela, por outro lado, tomou um longo gole. Quando seus lábios se separaram do copo, Perséfone notou que a bebida ainda estava fumegante.
"Então, querida, me conte sobre você. Você se mudou para cá com alguém?" Ela segurou o copo. "Um marido, ou namorado, talvez?"
Perséfone balançou a cabeça. "Só eu."
Micaela assentiu, dando-lhe um olhar sério. "Alguma família aqui? Amigos?"
Ela deu de ombros. "Não, todos ficaram na Califórnia. Só eu," ela repetiu.
Do outro lado da cafeteria, Perséfone notou uma mulher lendo um livro - um livro de verdade. Ela estava prestes a apontar o relicário quando reconheceu a capa do livro. "Esse costumava ser meu livro favorito," ela disse nostalgicamente, apontando para o livro com um bombeiro sem camisa mordiscando o pescoço de uma ruiva vestida com lingerie rendada.
"Incontrolável?" Micaela perguntou.
Perséfone olhou para o livro com curiosidade. Ela tinha visão perfeita e não conseguia distinguir o título do livro com a fonte longa impressa na frente e na lombada. "Sim!" Ela apertou os olhos em direção à leitora. "Você consegue ler o título daqui?" Ela perguntou, elevando a última palavra mais do que as outras. "Você é parente do Superman?"
Micaela riu. "Querida, livros são como seus bebês," ela disse orgulhosamente. "Uma vez que você dá vida a eles, nunca os esquece."
Ainda apertando os olhos, Perséfone congelou ao ser atingida por uma realização.
Micaela Dawson.
Essa mulher que estava desfrutando de uma xícara de café era A Micaela Dawson. A mulher que a apresentou ao amor em seus anos jovens e impressionáveis. Seus olhos se voltaram para sua convidada. "Você é Micaela Dawson, a romancista."
Micaela sorriu. "Romancista aposentada, na verdade," ela virou o corpo em direção a Perséfone. "Você conhece meu trabalho?"
Perséfone pegou sua xícara com ambas as mãos. De repente, ela se tornou muito consciente de que tinha dez dedos nas mãos e não fazia ideia do que fazer com eles. "Não quero parecer uma fã exagerada, mas você era minha autora favorita quando eu era adolescente."
Micaela riu, "Estou aposentada há apenas dois anos. Fui substituída como sua autora favorita?"
Perséfone olhou para o livro com uma sensação de nostalgia dominando seus sentidos. Sua mente vagou para todos os relacionamentos que teve, todos os quais a transformaram em uma idiota carente e nervosa. Ela pensou em todos os homens que brincaram com seu coração, o quebraram e voltaram apenas para quebrá-lo novamente.
Ela balançou a cabeça. "Você só cresce e aprende que homens reais não são nada como os protagonistas de suas histórias," ela comentou. "Você percebe que todas aquelas vezes que mulheres inteligentes se tornam tolas por um homem de repente é realmente apenas a maneira da natureza de garantir a continuidade da raça humana," ela se virou para olhar a autora. "Porque se as mulheres agissem com base no que estava bem na frente delas o tempo todo, um relacionamento não duraria mais de um mês," ela respondeu amargamente.
Ela notou Micaela olhando para ela com os olhos semicerrados.
"Você tem má sorte no departamento do amor, não é?"
Perséfone alcançou atrás de si, pegando seu casaco. "Tinha," ela a corrigiu. "Agora eu tenho paz de espírito eterna, e isso vale muito mais do que o caos que deixar um homem entrar traria," ela se levantou. "Sra. Dawson, foi um prazer conhecê-la." Ela apertou a mão dela mais uma vez. Ela começou a vestir o casaco.
"Antes de você ir," Micaela pegou sua bolsa e tirou um cartão de visita. "Você se importaria de me dar seu número de telefone?" Ela virou o cartão de visita para o lado em branco e lhe deu uma caneta roxa.
Perséfone olhou para o cartão com uma expressão de dúvida.
"Eu vivi em Seattle a maior parte da minha vida, adoraria mostrar-lhe tesouros pouco conhecidos que valem a pena ver," Micaela sugeriu.
Perséfone assentiu lentamente. "Isso realmente soa bastante encantador," ela pegou os dois itens e escreveu suas informações de contato no verso do cartão de visita rosa.
"Um muffin de mirtilo," Chris voltou entregando a Micaela um saco de papel marrom. "Eu fiz um pedido online e venci o sistema," ele disse orgulhosamente olhando de uma mulher para a outra. "Você já está indo embora?" Ele ficou sério imediatamente enquanto Perséfone terminava de abotoar seu casaco.
Perséfone assentiu, "É hora," ela disse a ele. Ela olhou para Micaela com um pequeno sorriso e depois olhou para Chris, caminhando deliberadamente perto dele enquanto saía.
Um cheirinho para a estrada, ela raciocinou consigo mesma.