Meu Alfa Leal

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Introdução

Ela estendeu a mão para Bruce e disse: "Achei que eu fosse sua companheira."

Bruce virou as costas para ela e coçou os olhos. Silvana podia sentir as pressões que ele estava enfrentando e só queria ajudar.

"Acho que somos mais fortes do que os obstáculos ao nosso redor," disse Silvana, a voz distorcida pelos soluços.

"Por mais que eu queira estar com você, Silvana, precisamos terminar isso para sua segurança."

Silvana observou a chuva transformar a grama sob seus pés em lama.
"É assim que você realmente se sente?" ela perguntou.

Mas antes que Bruce pudesse revelar os segredos de seu coração para a mulher que amava, um relâmpago carmesim caiu entre os dois. Silvana e Bruce foram lançados para trás e caíram na lama.

Diante deles estava um espírito vermelho, feito de relâmpagos, rindo. Ela vestia roupas de pele de lobo e acenou com a mão.

Lobos de relâmpago escarlate uivaram e então atacaram Bruce e Silvana.

Meu Alfa Leal é criado por Samuel Rust, um autor assinado pela EGlobal Creative Publishing.

Capítulo 1

Silvana Sparks não esperava explodir a casa em seu 21º aniversário.

Panelas e frigideiras dos armários de madeira voavam pela cozinha enquanto a porta da geladeira abria e fechava com força. Um enorme anel de fogo roxo ardia no chão de azulejos, e Silvana corria de um lado para o outro, sem a menor ideia de como resolver aquilo. Ela era jovem, em forma e linda, mas deveria ter obedecido seu pai e estudado mais para essa prova de feitiço. Todo aniversário, uma bruxa precisa provar suas habilidades lançando um feitiço que conjura um bolo com velas que a bruxa precisa apagar e fazer um pedido.

Embora ela lançasse o feitiço de aniversário há duas décadas, seu desejo nunca se realizava. O feitiço ficava mais difícil de lançar a cada vez, e com o passar dos anos ela deveria se tornar mais forte. Exceto que, há algum tempo, ela não se importava mais com força. O que Silvana queria e desejava a cada ano era amor, e estar nos braços de um homem bonito, poderoso e protetor.

Claro, o pai de Silvana, Solaris, o Guardião da cidade, tinha planos diferentes para ela.

Uma bola de fogo roxa passou sobre o fogão da cozinha e explodiu com um estrondo ensurdecedor, espalhando chamas rosas sobre o balcão atrás do qual Silvana se escondia.

“Minha querida?” Solaris perguntou, o som apressado de sua bengala ecoando pelo corredor. “O que é todo esse barulho?”

“Nada, pai!” Silvana exclamou, esperando que seu cabelo ondulado loiro-morango não tivesse sido chamuscado na explosão. “Só estou procurando um lanche noturno!” ela gritou, mentindo.

Ela ainda queria sair escondida e rezava para que sua maquiagem não tivesse borrado com o calor do fogo; Silvana tinha olhos azul-esverdeados incríveis, tão místicos quanto bolas de cristal, e o delineador que ela havia aplicado fazia seus olhos brilharem.

Solaris entrou na cozinha vestindo um elegante roupão de banho carmesim e chinelos marrons. Cabelos grisalhos salpicavam seu rosto em uma barba por fazer, e seu longo cabelo prateado estava repartido ao meio. Ele balançou a cabeça. Fúria e decepção enrugaram seu rosto e ele gritou: “Como você pôde deixar isso acontecer? Se você não consegue nem dominar seu feitiço de aniversário, como espera derrotar aqueles lobisomens nojentos?”

Era verdade.

Silvana tinha muito em jogo e estava relaxando. Mas era seu aniversário, e de todas as noites, era no Halloween. Ela não podia se preocupar com o fato de que estava sendo treinada para ser a próxima Guardiã; ela queria escapar de casa, nem que fosse por uma única noite, e ser livre.

E ela esperava que talvez, só talvez, pudesse finalmente encontrar aquele homem que desejava.

Solaris agitou sua bengala e gritou: “Para controlar esse feitiço, pense no que você mais deseja: aceitar o título de Guardiã de mim!”

Isso era o que Solaris queria, não Silvana.

A lava-louças se soltou da parede em um vórtice roxo flamejante e girou pela cozinha, liberando copos e pratos que se quebravam enquanto Silvana considerava o que realmente queria. Ela pegou flores de cerejeira, jogou-as nas chamas furiosas e pensou profundamente em um homem robusto a despindo, arrancando os botões de sua camisa preta apertada e deslizando seu jeans azul desfiado por suas pernas.

Solaris e Silvana levantaram os braços enquanto o inferno ardia em um rosa brilhante, depois explodiu a parede da cozinha, deixando para trás um enorme buraco em forma de coração. A lava-louças caiu no chão com algumas brasas restantes, e além do buraco na parede, além do quintal cintilando ao luar, Silvana podia ver à distância o desfile de Halloween, as luzes festivas e os brinquedos do parque de diversões girando. Ela ouviu música alegre e pessoas gritando felizes nos brinquedos.

Então Solaris se colocou na frente dela, e tudo o que Silvana viu foram os olhos cansados e cinzentos de seu pai, presos em uma carranca. "Não sei onde está sua cabeça," ele disse, "Mas desse jeito, você só vai envergonhar esta família."

Com a ponta de sua bengala, Solaris varreu os destroços com raiva e saiu da cozinha. Ele virou a cabeça apenas para dizer, "Limpe essa bagunça." Ele começou a andar novamente, mas parou, então acrescentou, "Talvez você pelo menos consiga fazer isso direito."

Silvana observou seu pai caminhar pesadamente para seus aposentos, e seu coração ficou pesado e seus olhos se encheram de lágrimas. Parecia que nada do que ela fazia deixava seu pai orgulhoso, e ele a fazia se sentir tão inferior e desvalorizada.

Por horas, ela limpou, mas não havia muito que pudesse fazer. Sua magia não era forte o suficiente para tirar a fuligem e as cinzas dos azulejos do chão da cozinha, ou para reparar os danos nos armários. Ela não conseguia nem endireitar os talheres entortados. Então, ela passou a noite esfregando e empacotando os destroços em sacos de lixo, enquanto observava outras pessoas da cidade aproveitarem o desfile de Halloween.

Já passava da meia-noite e ela ainda estava varrendo quando mal ouviu o anúncio do grand finale dos fogos de artifício pelo alto-falante do parque. O parque estava fechando e as pessoas estavam se acalmando, mas Silvana queria estar o mais perto possível dos fogos de artifício. Ela queria sentir seu calor e testemunhar sua glória, e queria fazer isso na linha de frente, não através do buraco na parede causado por seu feitiço fracassado.

Seu pai não tinha verificado como ela estava enquanto limpava, então ela imaginou que ele tinha adormecido.

Silvana largou a vassoura e saiu pelo buraco em forma de coração, seu cabelo preso em um coque bagunçado por causa da limpeza. Ela correu pelo quintal e pela floresta, esperando com todas as suas forças que pelo menos conseguisse ver os fogos de artifício e não perdesse a celebração do Halloween, ou mesmo seu aniversário. Enquanto corria por entre galhos e folhas secas laranjas no chão da floresta, pensou em como seu pai nem sequer lhe desejou um feliz aniversário.

Ela pensou em como isso doía.

Silvana chegou ao penhasco com vista para o parque e sorriu amplamente ao ver a roda-gigante iluminada e as montanhas-russas zumbindo. Um casal carregando um algodão-doce azul mordiscava-o, seus olhos radiantes de amor um pelo outro. No estacionamento do parque, os fogos de artifício foram lançados, e erupções de ouro, laranja, amarelo e roxo em formas de fantasmas e abóboras preencheram o céu estrelado.

Silvana sentou-se no penhasco gramado e suspirou; ela conseguiu assistir aos fogos de artifício, mas estava fazendo isso sozinha, observando todos os casais no parque se divertirem, aconchegados em cobertores na grama, se beijando.

E então, enquanto mais fogos de artifício estalavam em explosões brilhantes, Silvana notou algo terrivelmente errado. Uma sombra vermelha escura pairava sobre o parque como uma nuvem de chuva carmesim. A sombra lhe causou arrepios, e ela podia sentir sua maldade.

A sombra se adensou, e os casais apontaram para cima, ofegando.

Um raio vermelho atingiu a máquina de fogos de artifício, lançando pedaços de metal no estacionamento com um estrondo que sacudiu a terra. Silvana perdeu o equilíbrio e rolou pelo penhasco, levantando terra e pedras atrás de si antes de cair na grama fora da cerca do parque.

A parte de trás de sua cabeça estava sangrando, e sua visão ficou turva.

Trovões ressoaram acima, e em uma visão embaçada e espessa como lama, ela viu a sombra vermelha nublada bem acima dela.

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